Festival Literário Rota das Letras: Escritores portugueses Ricardo Adolfo e Matilde Campilho em sessão no IPOR

RDL2016IPOR

O ficcionista Ricardo Adolfo e a poetisa Matilde Campilho estarão no IPOR, no próximo dia 10 de março, às 18.30h, para uma sessão sobre “Escrever ao longe – autores portugueses fora de Portugal”, integrada no programa do Festival Literário Rota das Letras.

Natural de Luanda, onde nasceu em 1974, o percurso pessoal e profissional de Ricardo Adolfo, publicitário já premiado com um Leão de Ouro em Cannes, tem-no levado a viver em várias cidades, em diferentes continentes. Depois Amesterdão, Londres e Macau seguiu-se Tóquio, onde vive atualmente, cidade que está presente na sua mais recente obra “Tóquio vive longe da terra”. Elogiado como das escritas mais originais da literatura portuguesa, Ricardo Adolfo vê nessa distância que mantém com Portugal um impulso à própria escrita, pois que a distância, diz, “ajuda a perverter memórias, sentimentos, situações e constrói uma confusão que enriquece a escrita”.

Já traduzido em várias línguas, para além de Tóquio vive longe da terra (2015) a sua obra conta com os romances Depois de morrer aconteceram-me muitas coisas (2009) e Mizé – Antes galdéria que normal e remediada (2006) e Maria dos Canos Serrados (2013), o livro infantil Os monstrinhos da roupa suja (2011) e o livro de contos Os chouriços são todos para assar (2003).

Natural de Lisboa, onde nasceu em 1982, Matilde Campilho é tida como uma revelação da lírica em língua portuguesa. Os anos de 2010-2013, após uma estadia em Florença, onde estudou pintura, foram passados entre Portugal e o Brasil, onde trabalhou como jornalista e redatora. Aí foram publicados os seus primeiros poemas, mas é a publicação de  Jóquei (lançado em Portugal, em 2014) que lhe traz o seu espaço na moderna poesia portuguesa.

Numa entrevista recente referia que “A poesia, a música uma pintura, isso não salva o mundo, mas salva o minuto. E é suficiente. A gente está aqui para dançar um pouco sobre os escombros. O cirurgião vai tentar salvar todas as vidas que puder. A gente vai poder salvar os segundos – da minha vida, da vida de todos meus amigos.”

A sessão aberta ao público, que terá lugar no Café Oriente, será moderada pela jornalista e crítica literária Sara Figueiredo Costa que, acompanhando o trabalho dos dois escritores, promoverá a reflexão em torno de experiências de escrita fora do contexto  de origem do escritor.

Com esta sessão, o IPOR associa-se às atividades do Festival Rota das Letras, do qual é uma das instituições apoiantes desde a primeira edição, para além de patrocinar o Prémio Literário (em língua portuguesa) organizado anualmente pelo Festival.