Comemorando a Região Administrativa Especial de Macau o seu 15º Aniversário, o IPOR – Instituto Português do Oriente promove, durante o mês de Março, no âmbito do seu programa “Um mês, um livro”, Revisitar os primórdios de Macau: para uma nova abordagem da História, uma obra de referência na historiografia sobre Macau da autoria conjunta dos académicos e investigadores Jin Guo Ping e Wu Zhiliang.
Partindo de uma reflexão sobre a periodização da História da China, e nomeadamente do impacto do contacto com os portugueses na definição do que corresponderá à História Moderna da China, os autores revisitam algumas das questões centrais da História de Macau, propondo novas abordagens, com base na reanálise de fontes conhecidas e na introdução de novas fontes chinesas.
Conforme perpassa no título e no conteúdo dos 13 capítulos que compõem a obra, correspondentes a treze estudos desenvolvidos dos autores, exibem estes uma forte preocupação em desmistificar lendas e clarificar questões em torno dos primórdios da presença e do assentamento português em Macau, bem como do seu papel na História Moderna e Contemporânea da China.
“Para nós, a utilização de fontes chinesas, sempre em conjugação com as portuguesas, é essencial para uma abordagem mais aprofundada desta questão” referem os autores, até porque, acrescentam,
“os motivos da fixação portuguesa em Macau são a temática mais básica de toda a história e a historiografia de Macau. É uma questão apaixonante pela sua importância, mas ao mesmo tempo confusa e desgastante, pela escassez de documentos coevos. Versões há muitas, ou mesmo demasiadas, tão diferentes ao ponto de serem diametralmente opostas. Durante séculos, os diretamente envolvidos neste processo, Chineses e Portugueses, cada um “puxou a brasa à sua sardinha”. (p.183)
Para o IPOR, esta obra foi também um marco na coleção Memória do Oriente, abrindo portas à historiografia chinesa e reforçando o diálogo entre investigadores deste país e de Portugal, bem como do conhecimento sobre Macau, proposta na qual os próprios Ping & Zhiliang reconhecem marcadas vantagens num quadro mais geral:
“(…) no seio das novas circunstâncias que envolvem as culturas chinesa e ocidental, por que não utilizar Macau como interface e como exemplo ou modelo, a fim de, com uma nova atitude, novos horizontes e ritmos, explorando as vantagens tradicionais de Macau, se levantar uma onda de intercâmbio, em busca de uma força de interação sem precedentes, numa tentativa de procurar um caminho feliz rumo ao futuro?”
Revisitar os primórdios de Macau: Para uma nova abordagem da História é, por tudo isso, uma obra incontornável nos modernos estudos historiográficos sobre Macau e estará à venda no IPOR, durante o mês de Março, ao preço especial de Mop 100,00.