«FADO»
Património Imaterial da Humanidade
Decorreram já dois anos quando, a 27 de Novembro 2011, reunido em Nusa Dua, uma ilha indonésia de Bali, o VI Comité Intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, constituído por 24 países, declarou o FADO como Património Imaterial da Humanidade.
Esta decisão da UNESCO teve como premissas ser o Fado o que considera um símbolo de identidade. Conforme se lê na declaração, “o Fado é amplamente cantado em Lisboa e representa distintamente uma síntese multicultural Portuguesa de música Afro-Brasileira, géneros de música e dança locais, música rural e padrões de música urbana do início do século XIX. O Fado é normalmente executado por um cantor masculino ou feminino a solo, acompanhado por uma viola acústica e pela ´guitarra `portuguesa, um alaúde de doze cordas em forma de pêra. É realizada profissionalmente e informalmente em associações populares e muitas vezes transmitido ao longo de sucessivas gerações no seio da mesma família”.
Após idênticas distinções conferidas ao «flamengo» (2009) e ao «tango» (2010), viu assim o Fado reconhecida a sua história, o seu papel na diversidade musical no mundo e o seu valor identitário, não só enquanto “tradição e expressão de identidade da cultura do país”, dos diálogos que mantém com outras expressões, mas como “ a mais popular das canções urbanas”.
Segundo a «Convenção para a Salvaguarda do Património Imaterial da Humanidade» da UNESCO, aprovada em Paris em 17 de Outubro de 2003 (Artº 2, alínea 1), “ O Património Cultural Imaterial, transmitido de geração em geração, é permanentemente recriado pelas comunidades e grupos em função do seu meio, da sua interacção com a natureza e a sua história, proporcionando-lhes um sentimento de identidade e de continuidade, contribuindo assim para promover o respeito pela diversidade cultural e a criatividade cultural”
Outras culturas no espaço de língua portuguesa encaram a possibilidade de candidatar expressões musicais suas a esta importante distinção da UNESCO. É o caso da “Morna” cabo-verdiana, com a qual, aliás, o Fado mantém um interessante diálogo musical e temático.
Hoje, relembramos e celebramos aqui o Fado como criação cultural e artística. Como Património Imaterial da Humanidade. Parabéns ao FADO.